A norma espanhola da España não é prolixa tentando aproximar os interlocutores, à diferença da colombiana, cheia de diminutivos e ausências de imperativos, por exemplo, ou a mexicana, dialeto espanhol no qual são raras as ordens.
As palavras são como cheiros, ou comidas da mãe, recuperam vivências, lembranças e histórias de uma maneira cinematográfica. Algumas palavras em espanhol reativam o inconsciente como estes influxos sensoriais. Tío (um sucedâneo de “cara”) é uma delas, uma diminuidora de distância anómala no espanhol normativo peninsular, porém, extremamente efetiva quando se trata de afrouxar a distância comunicativa com o destinatário. Ao escutá-la parece-me estar participando de algo comum entre os meus, ou experimentando a sensação de que sempre estive aí, ou que fui obsequiado graciosamente pelo momento e sua intimidade, e que tudo nele, além do mais, está sob controle.