Cada ano mais de 5.000, Menores extranjeros no acompañados (Menas) atravessam a fronteira espanhola vindos do Marrocos e África Subsahariana: pulam o muro alambrado de Melilla ou Ceuta, duas cidades autónomas espanholas situadas no norte do continente, ou bem em Pateras, que são Zodiacs adaptadas pelas máfias com a única missão de rasgar o Mediterrâneo (antes era em horário noturno) até Almería, Málaga, Algeciras ou qualquer cidade costeira da Andalucía. Uma vez na praia, pulam e se dispersam como grãos de areia, são menores, pela lei espanhola não podem ser devolvidos em caliente, e as autoridades devem acolhê-los em residências oficiais, famílias e inclusive hotéis.
Surpreendem dois dados: dos 5.000, só 300 acabam num lar espanhol. A opinião pública é favorável ao acolhimento por motivos humanitários, porém, a implicação individual parece que não se corresponde com o desejo (A Nobel de literatura Gabriela Mistral afirmava que se havia que plantar uma árvore, era necessário que cada um plantasse essa árvore). A outra, é a capacidade que o político tem de emascarar com acrônimos, as tragédias.