Segundo Villanueva / São Paulo, 21 de Setembro de 2022
Segundo Villanueva Fernández. São Paulo, 21 de setembro de 2022
Trinta anos atrás Santiago Alcoba escreveu o maior livro de linguagem jornalística da Espanha. Para nós era uma referência (o guardo como preciosa relíquia, aqui do meu lado, na escola, pode consultá-lo também). Igual que com um bom perfume, nos sentíamos individualizados, até superiores, uma compilação do espanhol culto, o que estava era, ou que não, outra coisa. A linguagem (ou não-linguagem) das redes oferece o contrário, uma sedimentação, provavelmente passageira de um estrato social concreto (adolescentes novíssimos). Como a língua e o progresso não é irreversível, apontei ao meu filho que daqui a pouco esse linguajar envelheceria porque seu primo de 5 anos, em outros 5, falaria já de outra maneira, morrerão até os emojis atuais, lhe disse. Hoje ninguém lê a Santiago Alcoba e seu extraordinário Léxico periodístico español de 30 anos atrás. Toda tentativa de impor por cima (Santiago Alcoba, o culto) ou por baixo (a não linguagem das redes sociais), por diferentes motivos foge da lógica da sedimentação dos idiomas que normalmente acontece quando existe um consenso obtido através de centos de anos.