Quando no restaurante o garçom perguntou se aceitava uma muçarela de búfala na brasa veio à mente a fama da generosidade brasileira, mundialmente conhecida, e aceitei, quando alguém com desprendimento oferece algo, na minha cultura, sempre é de boa educação aceitar. Quando veio com um bolinho de bacalhau e novamente perguntou a mesma coisa, se aceitava, aceitei porque tamanho desapego ainda ia ao encontro com o apetite, e também, vou repetir, com a minha boa educação, tudo junto. Quando no final dos pratos retornou com uma queijo meia cura mineiro submerso em calda de goiaba sugerindo novamente o aceite, aceitei, pois era o final, não cabia muito mais, porém, como negar essa prodigalidade, uma descoberta.
Anos antes, quando me casei com a minha mulher, o padre Juanjo, que também, generosamente, tocava o órgão em alguns momentos da cerimónia nos quais não tinha que celebrar, me perguntou, como a todos, se aceitava aquela mulher como a minha esposa, eu claro, aceitei, por educação, na doença e na alegria, em tudo, um ato gratuito bilateral E com essa ideia de aceite fiquei. Até chegar ao Brasil. E me encontrar com a conta do garçom que incluiu todos e cada um dos aceites que eu através do sacramento do matrimónio tinha interiorizado de maneira errada.
Portanto, não pode se traduzir.
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