Segundo Villanueva / São Paulo, 03 de Março de 2023
Segundo Villanueva Fernández. São Paulo, 03 de março de 2023
O homem mais importante do atual México, Hernán Cortés, se juntou com a mulher mais importante do atual México, Malinche, que foi doada como escrava pela sua mãe para um cacique maya da região de Veracruz (cidade fundada por Cortés). Sempre quis voltar para Oluta, o lugar onde ela nasceu e do qual foi arrancada de maneira forçosa, falava popoluca, mas também nahuatl, a língua dos mexicas, uma versão do maya (havia duas), espanhol e suspeito que também, latim. Quando o cacique maya a ofereceu como concubina para Cortés rapidamente este viu que sem Malinche (tinha 16 anos) não haveria Tenochtitlán (atual México DF) e lhe ofereceu sua liberdade.
Para falar com Xicontencatl em nahuatl, o espanhol Jerónimo de Aguilar não servia, ele já vivia no Yucatán fazia 7 anos, estava bronzeado, com incisões típicas indígenas, comia tortilhas e parecia um deles, porém, Xicontencatl se negou a conversar com ele (não sabia o modo correto de abordar uma conversa em nahuatl, não se esqueça que esta língua oferece numerosas fórmulas de reverência, inéditas para um espanhol). Aí entrou Malinche, e Cortés se ativou. Malinche, que dominava não só a língua como o mais importante, os modos, a cultura, a estrutura da vida era uma intérprete, Jerónimo, não, Jerónimo foi o precursor do Google translator atual. Perceba que uma coisa é conhecer palavras, outra ter empatia linguística e a última através desta alcançar seus objetivos, o de Cortés, Tenochtitlán, através de Malinche, o de Malinche, voltar para casa como uma senhora, voltar para Oluta, através de Cortés.