Segundo Villanueva / São Paulo, 31 de Outubro de 2022
Segundo Villanueva Fernández / São Paulo, 31 de outubro de 2022
Que vivemos num mundo de aparências é um fato, e provavelmente a palavra (coitada, de novo, a palavra e seus venenos) seja mais importante do que a realidade, trata-se de lavar a alma dizendo aquilo que é para dizer, fazê-lo, já é outra coisa. Sempre me chamou a atenção o choro inexistente, sejam futebolistas relatando contraditórias infâncias, colegas de profissão sob os efeitos de uma cerveja adicional, vizinhos de bairros marginais entrevistados pela tevê que procura audiência através da inevitável gotícula, ou de políticos de qualquer signo fazendo de políticos de qualquer signo. Esse é o Zollipo, quer dizer, aquela lágrima húmida que não existe, um teatro contemporâneo que unido à palavra (coitada, de novo, a palavra e seus venenos) compõe um panorama certa e inevitavelmente enganoso.