Segundo Villanueva / São Paulo, 09 de Janeiro de 2023
Segundo Villanueva Fernández. São Paulo, 9 de janeiro de 2023
Cometi a imprudência de invadir o espaço de 3 quero-quero, os três começaram me ameaçar com voos rasantes, por um momento pensei que alguns dos seus bicos encalhariam no meu olho ou furariam meu crâneo, saí rápido do lugar, as pessoas que por aí andavam riram da situação. Mas voltei, claro. Isso não ficaria por aí, era necessário testar os limites dos pássaros e se era para recuar, recuar com consciência, não ser despejado sem combate. Quando os três começaram traçar linhas transversais e coordenadas peguei umas pedras do chão e em lugar de agachar a cabeça fui eu quem ameaçou jogá-las ao se aproximarem, cada vez que fazia isso os quero-quero fugiam verticalmente, desconcertados tinha descoberto o ponto fraco deles, era necessário encará-los para equilibrar a batalha, com grande e consciente regozijo me retirei do pedaço e pensei, justo nesse momento, nas diferenças entre o português e o espanhol, em concreto, o motivo pelo qual o primeiro prefere o verbo na frase Cachorro que late não morde, em quanto o segundo encurta a mensagem com adjetivos, Perro (quero-quero barulhento) ladrador, poco mordedor.