Assim como há palavras antigas cheias de história e vida que aos poucos, se ninguém o evita, vão deixando de ser usadas, outras, como rios de lava surgem do nada conformando novas realidades ou usurpando significados originais.
É o caso de garrote, que nos primórdios aludia a um pau e consequentemente à violência, agressividade e ameaça.
Hoje continua igual, porém, e aqui a mágica, refere-se a outro tipo de virtudes como coragem, vontade de vencer, superação, dar a volta por cima, o contrário da ideia de desistir, luta, constância, disciplina.
O garrote original, como podem observar, virou virtude, é curioso observar que foi um famoso cozinheiro espanhol, Martin Berasategui quem o popularizou já algumas décadas, tanto que a RAE, que é quem decide o que está bem e mal com o uso da língua acabou por determinar que não seria uma má ideia incorporar este significado mais benévolo e positivo no Dicionário. E o fez uns dias atrás.
A língua é um ser vivo de palavras que se mexem de maneira imprevisível, umas entram, outras saem, tem algumas que não gostamos tanto, outras deixam saudades, outras são aclamadas...
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