A vida no interior de São Paulo é plácida e generosa. Há lugares inclusive onde o Rio Tietê transcorre desintoxicado e dá para pescar e passear de barco. Os pardais abundam e sugerem cenas da infância na Europa. O sol consegue extrair finalmente todo o potencial da clorofila do mato da beirada do rio e da natureza que abraça os vilarejos sugerindo uma harmonia notável entre o homem e o ecossistema. Não há poluição sonora e aparentemente as pessoas contentam-se com o suficiente para viver, o qual é uma filosofia de vida que o habitante da cidade almeja, mas raramente consegue devido a própria dinâmica das coisas.
Aparentemente tudo está certo no capacho do interior, até o frango a passarinho do Mamamia, sempre feito pela vovó, a mandioca também frita da vovó, o vinho do nono, a goiabada cascão da dona Maria, o generoso café coado, tudo, tudo menos um detalhe: Antônio se despedindo melancolicamente com um "desculpe qualquer coisa" que nunca consegui traduzir ao espanhol. E assim todos os sábados, ensolarados ou chuvosos.
Mas, seu Antônio, tudo estava tão bom, o senhor não acha que sobrava este epílogo?