Muitos alunos me perguntam por que as escolas têm diferentes cargas curriculares nos níveis do curso de espanhol.
A primeira consideração que merece ser levada em conta é o contexto linguístico que nos encontramos. Brasil, pelo fato de ser um pais luso-falante considera a língua espanhola como uma língua próxima, não estrangeira. Por este motivo, o currículo deve ser menor que em qualquer outro país do mundo, onde as estruturas são muito diferentes e complexas entre a língua madre e a segunda língua, neste caso, o espanhol.
A segunda é a carga horária de cada um dos níveis. Aqui existem diferentes opiniões. Nós da España Aquí observamos um critério muito claro, que é o de incorporar uma carga maior nos níveis superiores e menor nos níveis iniciais. Isto por que: o brasileiro já conhece muitas das estruturas básicas iniciais, não precisa destinar muitas horas para certos tempos verbais ou estruturas que já pode incorporar de maneira mais rápida por causa da proximidade dos idiomas. Porém, a complexidade aumenta nos níveis superiores, pois o que ele precisa é manejar o idioma, colocá-lo em prática, aprender a elaborar textos orais e escritos cada vez com maior complexidade, e isso só se consegue com tempo. Por isso que a nossa carga curricular é maior no B1 que no A2, e aumenta no C1 ou C2.
Provavelmente as opiniões serão diversas por parte dos colegas de outras escolas, mas tenho certeza de que adequando o currículo a uma coerência ideológica, os frutos podem vir tanto por uns como pelos outros.
Desde São Paulo, Segundo Villanueva
O comentário tem toda lógica! Porém eu continuo achando bem mais produtiva a mesma carga horária desde o início. As vezes pequenos defeitos de aprendizado no início são difíceis de corrigir nos próximos níveis
Sim, é verdade. O que nós estamos buscando é ser muito objetivos e trabalhar questões problemáticas, como pronominalidad ou uso do subjuntivo, fazendo com que as outras, menos críticas para um luso-falante, sejam descobertas e aprendidas através do uso da língua…
Certo! Mas também temos que levar em conta que a diferença entre o português falado e o que é chamado de português culto não existe em espanhol. As vezes, mesmo que a estrutura gramatical é a mesma, ela não é conhecida pelo aluno. Quantas vezes meus alunos me disseram “professor: se eu não sei como é isso em português”